sábado, 30 de dezembro de 2023

Adivinhando com espelhos ou com água. A bola de Cristal. Predição com o Copo de São Pedro.

É o sonho de muitos descobrir se existe dentro de nós aquela centelha mágica que de repente nos faria contar entre os “médiuns” ou  “videntes”.

No entanto, o ceticismo, na maioria das vezes, toma conta: gostaríamos de ser “sensíveis”, “videntes”, mas talvez sejamos os primeiros a não acreditar que é possível.

É verdade que na vida real encontramos cada vez mais charlatões, trapaceiros e mistificadores, e isso nos desanima e nos torna céticos.

Mas também é verdade que nem todos sabem que existem muitas pessoas que são “sensíveis” ou “videntes” sem saberem que o são, seja porque são incrédulas ou porque nunca investigaram o fato com uma determinada metodologia e nunca verificaram as suas próprias competências ou dons. 

Vamos falar sobre um método conhecido como Catoptromancia, ou a arte de adivinhar com espelhos.

Muitas vezes é necessário não parar na primeira experiência: alguns dons que nos são apresentados podem se manifestar com o tempo e a prática.

É possível adivinhar, como faziam os antigos egípcios ou mesmo hoje em dia em algumas regiões da África, com superfícies reflexivas, com espelhos. Mas existem outras duas possibilidades: a bola de cristal ou uma jarra de água.

Do que precisaremos? De um jarro de vidro transparente), de uma vela branca, de um pano branco... e da nossa boa vontade e concentração.

Entretanto, nas primeiras vezes que realizar a experiência, é uma boa ideia escolher um dia e uma hora (de preferência tarde da noite, sem barulho em casa e na rua) em que possa estar em paz, sozinho e concentrado.

A primeira regra é estar concentrado, mas relaxado.

A experiência diz-nos que é melhor não escolher um dia chuvoso ou quando há descargas atmosféricas (raios).

Depois de escolhido o local, vamos pegar a jarra, a vela e o pano.

Chegado o momento, colocamos o jarro cheio de água sobre o pano à nossa frente e a vela atrás do jarro. Apagamos a luz elétrica e acendemos a vela.

O jarro de água deve estar a uma distância de cerca de 30 cm dos nossos olhos e a vela colocada de forma que a água contida no jarro "veja" o reflexo da sua luz.

Neste ponto procuramos a concentração natural e uma vez encontrada colocamos a palma da mão direita (ou mão projetiva) sobre o jarro e recitamos uma oração, algo assim:

“Meu Deus todo-poderoso, limpe meu cérebro de todo pensamento estranho a este experimento, liberte-me dos maus pensamentos e autorize meu Guia espiritual a amparar-me e compreender-me. Invoco neste vaso a força dos fluidos luminosos para que me auxiliem os bons Espíritos.”

Terminada a oração, retire a mão e invoque o Anjo da Guarda, confiando-se a ele.

Comece por aqui, na máxima tranquilidade e paz, a observar o jarro com água: pode observá-lo através do corpo da jarra, alternadamente a partir da abertura.

Geralmente leva mais de três sessões para começar a ver algo. Mas o mérito está na insistência.

Podem aparecer na jarra letras fluídicas formando palavras, pinturas da vida real, desenhos simbólicos, rostos, figuras.

A interpretação das figuras é muito singular: o operador fixa o olhar na superfície e depois de um breve momento vislumbra o que quer comunicar. Ele acredita que a imagem está desenhada no espelho, mas não é o caso; na realidade é a superfície que se apaga atrás de uma espécie de nevoeiro, que se interpõe entre ele e o veículo. E sobre esse tipo de cortina se formam as imagens; ele não vê mais com os olhos, mas com a alma. 

Obviamente nada impede que você pergunte o que lhe interessa e faça perguntas.

COMO CONCENTRAR-SE E USAR O ESPELHO:

Observe um ponto fixo no espelho, esvazie sua mente de possíveis distrações e depois faça uma pergunta, mesmo que mental. Uma imagem ou série de imagens deverá aparecer. Não desvie o olhar e continue olhando para o mesmo ponto. Perder o contato visual com o ponto fixado no início faria com que a visão desaparecesse.

Pela minha experiência, de 10 pessoas submetidas à prática, 6 conseguiram ver, e conforme as sessões avançavam, de forma cada vez mais clara e imediata. Obviamente estes já nasceram clarividentes.

Certamente existem outras orações e métodos, incluindo a fumigação com incenso específico: mas recomendamos este porque é simples, eficaz e está ao alcance de todos.

Pode acontecer que na primeira sessão, após cerca de 20-30 minutos, você não consiga ver nada.

Neste ponto, apaga-se a vela sem sobrar, embrulha-se ela no pano, e joga-se a água fora, na pia, em água corrente. Na noite seguinte é tentado novamente, de preferência na mesma hora e no mesmo lugar.

Se após cerca de dez tentativas você não conseguir visualizar nada, poderá suspender por alguns dias e tentar novamente por mais dez dias.

Recomendo nunca fazer isso depois de comer, ingerir álcool, drogas e ter relações sexuais. E, para as mulheres, nunca durante o período menstrual.

Se depois de cerca de vinte tentativas você não conseguir visualizar nada, então pode ter certeza de que não recebeu o dom da “segunda vista”, da clarividência; seu lugar e sua missão são outros.

Um último aviso, mas não menos importante: nunca peça para ver coisas estúpidas ou que não dizem respeito à sua vida.

Se você vê cenas da vida real e não consegue distinguir os rostos ou eles são mostrados de forma indireta, significa que você não tem permissão para saber certas coisas e é sempre bom não insistir. Se você visualizar uma letra, peça ao Espírito Guia para fazer você visualizar outras. Depois, quando estiver mais experiente e confiante, você também poderá fazer perguntas às personagens que aparecerem e receber respostas com gestos.

Não pense que tudo isso é ilusório: não é real apenas aquilo que você enxerga ou conhece...

Se visualizar algo, não fique assustado nem agitado. Significa apenas que você descobriu que tem um dom e pode decidir usá-lo para ajudar aos outros.


A BOLA DE CRISTAL


É certamente uma das ferramentas de adivinhação mais conhecidas, nem que seja pelo lugar que lhe é reservado em todas as iconografias mágicas.

Um sistema antigo, também conhecido pelos egípcios, que, no entanto, usavam espelhos (o famoso espelho de Ísis), muitas vezes com fundo escuro.

Segundo alguns estudiosos, o cristal catalisaria os fluidos: na verdade seria apenas o meio pelo qual a concentração da pessoa levaria à visualização de imagens em seu subconsciente que se formariam, não na esfera ou na superfície, mas no subconsciente do consulente.

Poucos investigadores negaram que algumas pessoas realmente têm sonhos e visões quando olham durante muito tempo para água parada ou vidro transparente. A explicação do racionalista é que a contemplação prolongada de uma superfície polida induz, em indivíduos anormalmente nervosos ou histéricos, a um estado de hipnotismo moderado, e que as coisas que eles “vêem” são evocadas pela consciência interior.

Isto parece muito provável; mas quais são as coisas que existem nesta consciência e por quê? Quando as profundezas de todos os mares forem sondadas, talvez ainda restem alguns mistérios nesta região mais sombria do nosso ser, tão bem nomeada e classificada pelos psicólogos.

Os defensores da “magia” argumentam que apenas os iniciados teriam essas habilidades e que, de fato, nem todos teriam essa capacidade.

Infelizmente a documentação em circulação é escassa e reticente. Geralmente é preferível ater-se mais à tradição transmitida, que indica a consagração da bola, que deve ser de cristal de rocha e ter no mínimo 10/11 cm - o ponto fundamental e determinante de adivinhação com este sistema. O segundo ponto é que a bola, nunca e sem motivo algum, deve ser tocada por ninguém que não seja o operador e que deve ser coberta por um pano preto nos momentos em que não for consultada.

A adivinhação ocorre então especialmente à noite: alguns pronunciam fórmulas mais ou menos exigentes. Partimos daquelas antigas fórmulas egípcias com a invocação de uma série interminável e longa de divindades egípcias (Thoth, por exemplo) até aquelas que invocam o Anjo de luz Azrael e muitas vezes envolvem o uso de incenso particular.

Na prática, uma vela branca que nunca foi utilizada é acesa com um fósforo (nunca com isqueiro!) e colocada sobre um pano branco onde a bola de cristal é colocada a uma distância adequada, enquanto o operador fica à sua frente para que a bola fique entre o operador e a vela.

Neste ponto as fórmulas são pronunciadas e o operador se concentra.

É curioso sublinhar como algumas pessoas na verdade não conseguem ver nada, mas é igualmente curioso verificar que algumas destas pessoas “cegas” conseguem, se pronunciarem algumas fórmulas, fazer com que outras pessoas vejam, vice-versa, se observarem a bola sozinha não é capaz de ver.

Outra curiosidade é que nem todo mundo vê com o mesmo nível de clareza e os mesmos tipos de coisas.

Por exemplo, algumas pessoas veem imagens estáticas, símbolos. Especialistas apontam que isso muitas vezes se deve à consagração incorreta da bola, ou mesmo ao fato de o operador ter adquirido a bola e não ter tomado providências para consagrá-la.

Outros especialistas sublinham também como a utilização de formas particulares (particularmente a de Azrael) permite ao operador visualizar não só algo escrito, mas também imagens em movimento com as quais, ao que parece, também pode interagir.

Obviamente as pessoas céticas serão aquelas com maior probabilidade de não verem nada.

Mas será possível que numa bola o nosso olho espiritual consiga ver realidades que nem sequer conhecemos?

Centenas de experimentos mostraram que isso pode realmente acontecer em um pequeno número de pessoas.

De um bom número de pessoas também é possível extrair escritos que quase sempre têm um significado obscuro, ou cujos acontecimentos levarão à compreensão.

Em alguns casos, este sistema de adivinhação é utilizado pelos operadores para localizar objetos maléficos e dinâmicas de malefícios: neste aspecto a precisão e a certeza são impressionantes.

Em muitos outros casos o operador propõe a adivinhação com a bola de cristal quando é difícil determinar certas situações com o uso das cartas.

Parece que a adivinhação com a bola de cristal tem limites: um operador não faz mais do que uma sessão por dia, e em média não todos os dias. É por isso que uma consulta à bola de cristal muitas vezes resulta em custos elevados: o operador gasta tanta energia que não consegue resistir a mais de uma sessão, no máximo duas.

Outra curiosidade destacada durante os experimentos é que em condições atmosféricas com presença de descargas elétricas, a visão na esfera fica praticamente muitas vezes impossibilitada.

Isto apoiaria a tese de alguns de que a adivinhação com este meio nada mais seria do que a “visão” de um campo magnético, ou seja, a capacidade que alguns teriam de “ver” um mundo que desconhecemos.

Obviamente os defensores da magia contrastam esta tese com as suas certezas: não é recomendado o “faça você mesmo” e sobretudo aventurar-se em operações incertas. Concordo.

O fato é que as fórmulas com que se inicia a sessão são as mais variadas: vão desde a invocação de Santa Helena, à de São Pedro e terminando com a do anjo Azrael.

Porém, mesmo que respaldados com orações e fórmulas dedicadas aos Santos, estou convencido de que as entidades que intervêm não são nada positivas: e para compreender isto basta pensar que muitas vezes os escritos que aparecem são de entidades/espíritos, de origem incerta... 


PREDIÇÃO COM O COPO DE SÃO PEDRO 

Na antiga tradição divinatória napolitana existe o chamado Copo de São Pedro que pode ser atribuído à catoptromancia (adivinhação com espelhos).

Requer um simples copo ou jarro de água e uma vela.

Obviamente, o copo deve ser novo e incolor, e consagrado de antemão. Há duas maneiras diferentes de consagrar o jarro. No primeiro caso, o copo é consagrado às "almas do purgatório": uma antiga fórmula é recitada sete vezes e passada sete vezes sobre um turíbulo onde se queima determinado incenso (talvez incenso de igreja), ao final do qual o copo é colocado em um saco escuro.

O outro rito consagra o copo a sete anjos com um ritual idêntico, mas com a diferença de que a cada passagem sobre o turíbulo é nomeado um dos sete anjos a quem é consagrado. 

Uma vez consagrado, o copo será utilizado apenas durante o tempo necessário para a adivinhação: no escuro, o copo é enchido com água, iluminado por trás com uma vela, colocando o consulente em frente ao copo. O operador pede ao consulente que se concentre no que quer perguntar e entretanto coloca uma mão na cabeça do consulente e com a outra mão traça sete sinais da cruz no copo recitando uma fórmula que invoca as almas do purgatório ou os sete anjos. Terminada a sessão, o operador agradece às almas do purgatório ou aos sete anjos, com fórmula semelhante, traçando da mesma forma as sete cruzes no copo, apagando a vela e jogando fora a água, colocando o copo de volta no saco escuro.

O copo de São Pedro não é tão difundido e nem todos os operadores podem utilizá-lo: em qualquer caso, desta tradição aprendemos que o copo de São Pedro deve ser feito à noite e nunca Sábado e domingo. Penso que faze-lo no dia de São Pedro seria o ideal.

Em alguns casos o consultor não consegue vislumbrar o que deseja. Normalmente a sessão é repetida no máximo três vezes.

O copo de São Pedro, dissemos, faz parte da arte de prever com espelhos: temos dois tipos de espelhos. Os brancos e os pretos.

O copo de São Pedro pertence aos espelhos brancos, enquanto o fundo enegrecido de uma panela, ou uma tigela de tinta preta, pertence aos pretos.

Historicamente, esta arte de adivinhação é muito antiga. Este método foi estudado no século passado pela Society for Psychical Research, com o médium Goodrich Freer.

Várias teorias foram adotadas para explicar o “fenômeno” da formação de imagens sobre uma superfície brilhante ou espelhada: a única certeza é que quem adivinha com esse sistema consegue fazer o consulente visualizar o que lhe interessa saber.

Outro método semelhante é o chamado “Espelho de Santa Helena” em que um cristal é marcado com Azeite, em cruz, e sobre ela é escrito o nome da própria Santa, enquanto uma criança nascida de um casamento legítimo recita a seguinte frase “DE PRECORI DOMINA HELENA MATER REGIS COSTANTINI” .