segunda-feira, 1 de abril de 2024

Tudo sobre bruxas.

Desde os tempos antigos, as pessoas têm um medo subconsciente de mulheres que possuem habilidades incomuns. Elas são chamadas de forma diferente: bruxas, feiticeiras. A maioria de nós pode nem estar ciente da possibilidade de estarmos próximos de uma bruxa. 

Acredita-se que a palavra "bruxa" seja oriunda do italiano brucia (queima), que vem do verbo bruciare (queimar) ou de brixtia, que vem do nome da deusa gaulesa Bricta. 

Outras pesquisas apontam para a palavra grega brouchos, que designa larva de borboleta, ou seja, o ser disposto a sofrer uma metamorfose dentro e fora de si mesmo. 

Há muito que são procuradas em busca de ajuda em situações difíceis da vida, após o que eram recompensadas ​​​​ou executadas (dependendo do resultado do seu trabalho). A bruxa nem sempre é a personificação do mal, ela pode escolher o caminho certo: ajudar as pessoas, dar conselhos, prevenir infortúnios. As bruxas também são creditadas com a capacidade de curar, prever o futuro, enfeitiçar. Seja como for, a bruxa atua como uma espécie de elo de ligação entre o nosso mundo e o mundo dos espíritos, continuando a carregar o status de mistério e desapego.

A aparência de uma bruxa

Uma bruxa é uma mulher comum. Externamente, ela pode parecer bastante atraente e sexy. A bruxa se veste com bom gosto, a cor preta nas roupas, via de regra, predomina. Acredita-se que a grande maioria das bruxas tenha olhos verdes, talvez cinza ou castanhos. É pouco provável que você encontre uma bruxa de olhos azuis. Dizem que esse tipo de mulher tenta não olhar nos olhos do interlocutor: nos olhos de uma bruxa você pode ver sua própria imagem invertida. Na imagem da bruxa podem ser traçadas notas de aristocracia e boemia. No entanto, não existe uma regra única quanto à aparência de uma bruxa: ela adquire sua aparência característica ao nível dos instintos.


Retrato psicológico de uma bruxa

Em condições de rejeição e antagonismo geral, as bruxas podem muito bem ser chamadas de párias da sociedade. No entanto, tal situação não as incomoda em nada: as bruxas não sofrem de distúrbios ou complexos nervosos devido a uma atitude tendenciosa em relação a si mesmas. Muitas vezes, as mulheres bruxas, apesar de pertencerem ao mundo espiritual, são paradoxalmente equilibradas, alegres e otimistas. Elas acreditam inabalavelmente em si mesmas e em seus pontos fortes.


Tipos de bruxas

Em muitas culturas, as bruxas são geralmente divididas em três categorias:

– naturais (nascidas);

– aprendida (voluntário);

– involuntária.


Um pouco mais sobre cada tipo de bruxa

Uma mulher que recebeu um dom de bruxaria desde o nascimento é chamada de bruxa nata. Mesmo nos tempos antigos, havia um número considerável de razões para o nascimento de uma bruxa. Por exemplo, uma menina nascida na véspera dos principais feriados religiosos durante a Quaresma certamente teria nascido bruxa. O mesmo se aplicava aos bebês cujas mães os amaldiçoavam antes do nascimento, bem como às meninas da décima segunda, nona e terceira geração de filhos ilegítimos.

Uma bruxa nata recebia algumas características incomuns: poderia ser incrivelmente bonita, mas essa beleza era considerada diabólica; corria até o boato de que as bruxas tinham pequenas caudas de cavalo, que escondiam de estranhos. Os sinais de identificação desse tipo de bruxa muitas vezes coincidiam com as características dos espíritos malignos, como olhos tortos, corcunda nas costas, chifres, etc. Às vezes, a aparência de uma bruxa nata era comparada com a aparência de Baba Yaga - uma velha magra e curvada.

Eles acreditavam que as bruxas natas eram bruxas boas que não só eram capazes de ajudar em problemas, mas também de “desfazer” uma atrocidade cometida por outra bruxa.

Apesar da existência de um número suficiente de razões para o nascimento deste tipo de bruxas, as crenças diziam que essas eram menos comuns do que as bruxas treinadas. Uma bruxa nata tinha uma característica distintiva - a bruxa não queria aprender o ofício da bruxaria e acreditava que a natureza já havia lhe dado tudo o que ela precisava. Porém, essa confiança de uma bruxa nata poderia pregar-lhe uma peça cruel: uma bruxa treinada, desenvolvendo suas habilidades, às vezes superava uma natural, que perdia seu poder com o tempo. Segue-se a conclusão: uma mulher bruxa, que possui um dom da natureza, precisa desenvolver suas habilidades para que um dia não as perca completamente.

Bruxas treinadas são mulheres que possuem habilidades e poderes mágicos através do treinamento de outras bruxas. Essas mulheres, por iniciativa própria, decidiram se tornar bruxas e estudar em livros ou com pessoas experientes na área.

Uma opção alternativa para uma bruxa voluntária é fazer um acordo com espíritos: este coloca à disposição da jovem bruxa vários assistentes que trabalham para a bruxa recém-formada, porém, após a morte, a própria bruxa fica à disposição dos assistentes.

Havia outro cenário para a aquisição de poderes de bruxaria por uma bruxa erudita. A bruxa tinha que ficar na encruzilhada por várias noites seguidas, evocando Satanás, para renunciar a Deus, à família, ao sol, aos sentimentos sinceros e acreditar apenas nas forças das trevas.

Exteriormente, as bruxas voluntárias são mulheres bastante comuns. Porém, após a conclusão de um acordo com Satanás, algumas mudanças em sua aparência podem aparecer, por exemplo, aparência selvagem, marcas de nascença no corpo e estrabismo.

Há também bruxas que receberam seu dom incomum não por vontade própria; as chamadas bruxas involuntárias. A razão para isso pode ter sido algo tirado acidentalmente das mãos de uma feiticeira moribunda. Junto com o item, a mulher também recebia habilidades de bruxaria.

Nos tempos antigos, eles acreditavam que uma bruxa, sentindo a aproximação de sua própria morte, tentava encontrar um sucessor o mais rápido possível, mas se um candidato adequado não fosse encontrado, a bruxa se esforçava para se livrar de suas habilidades de várias maneiras astutas. .

A bruxa involuntária torna-se uma espécie de refém de suas habilidades adquiridas. Ela é simplesmente forçada a usar sua força para não morrer através de espíritos malignos.

A única vantagem de pertencer à classe das bruxas involuntárias é a possibilidade de salvação e arrependimento: os sacerdotes da Igreja absolviam a bruxa de seus pecados e tentavam guiá-la no caminho certo. Bruxas treinadas e nascidas estavam em desgraça com a Igreja e não mereciam perdão.


Bruxas da aldeia e da cidade


Também existiam bruxas da cidade e do campo. As diferenças em suas atividades foram especialmente perceptíveis até o século XX. E as diferenças entre a cidade e o campo naquela época eram sentidas com muito mais força do que hoje. O contato com a natureza deixou uma marca especial, difícil de comparar com as especificidades urbanas.

Na aldeia, a bruxa estava sempre rodeada de abundância dos mais diversos animais: porcos, galinhas, cabras, vacas, patos, etc. Companhias de andarilhos e viajantes visitavam frequentemente o campo, o que só contribuiu para o desenvolvimento da feitiçaria.

Mesmo nos tempos antigos, os moradores das aldeias acreditavam que as bruxas eram “fãs” de leite fresco. Para uma bruxa, o leite é fonte de força e saúde. Mesmo a velhice próxima estava pronta para recuar por um tempo se a bruxa se banqueteasse regularmente com este produto saudável e saboroso.

A bruxa da aldeia, via de regra, morava em uma cabana na periferia, longe de outras casas. Ela não administrava nenhuma fazenda sozinha, exceto algumas galinhas ou gansos. 

Os aldeões, é claro, adivinhavam a verdadeira aparência de sua vizinha, porém, tentam não entrar em conflito com "a serva das trevas". A bruxa era capaz de causar mau tempo ou, o melhor de tudo, algum tipo de doença.

Os residentes da aldeia só podiam proteger a sua casa, família e criaturas vivas da feiticeira local. Basicamente, as pessoas colocam uma faca embaixo do capacho da porta de casa e espalham sementes de papoula nos prédios onde vivia o gado (outra iguaria de bruxa).

No dia de São Jorge, os proprietários das casas da aldeia decoram as portas de entrada com uma cruz de madeira revestida com resina. A combinação da imagem da cruz com o cheiro de resina, desagradável para a bruxa, era um amuleto confiável para a família contra o feitiço dela.

Não era tão fácil para uma bruxa tomar posse da alma de um morador local. Portanto, o principal objetivo da feiticeira era amarrar algum paroquiano. Aqui a bruxa “ativa” todo o seu encanto: pode ser uma mulher jovem e atraente ou uma velha (dependendo das circunstâncias). A bruxa da aldeia usava vários feitiços e poções. O paroquiano nem tinha tempo de olhar para trás quando se encontrava na escravidão espiritual da malandra, e sua alma ia direto para o inferno.

A situação das bruxas da cidade era, em muitos aspectos, semelhante à das bruxas nas aldeias. Uma bruxa podia facilmente “disfarçar-se” como, por exemplo, uma viúva rica balzaquiana ou aparecer como uma jovem criada, uma cortesã sedutora ou uma velha decrépita.

Essa variedade de imagens garantia à bruxa uma rica “colheita”. Ela se aproveita das fraquezas humanas, como o desejo incrível por dinheiro, a atração de homens por mulheres cruéis, a inveja, etc. Assim, a bruxa da cidade “tinha todos os trunfos nas mãos”.


Reconhecendo uma bruxa


Uma bruxa podia ser reconhecida se você a olhasse atentamente. Sinais externos distintivos da feiticeira: estrabismo, marcas de nascença, algo inexplicavelmente desagradável em sua aparência atraente, à primeira vista. Uma bruxa podia ser denunciada por sua fala - rápida e pouco distinguível, palavras incompreensíveis e amassadas. A bruxa falava assim por um motivo. Via de regra, a conversa obscura da bruxa irritava o interlocutor. E a energia negativa que vinha dele neste momento era um alimento insubstituível para uma bruxa. Ela parece florescer e as pessoas ao redor da bruxa começavam a se sentir cansadas e inquietas.

As bruxas, em sua maioria, gostam muito de artesanato. Portanto, na imagem de uma bruxa, vários acessórios são um atributo integral - amuletos pessoais para a feiticeira.

A bruxa é dona de uma personalidade incomum. Ela pode facilmente ficar pensativa, esquecer de repente a conversa e fugir sem explicar nada.

Na vida, as bruxas costumam ser solitárias, não têm família e muitas vezes praticamente não têm amigos, muitas vezes até moram na periferia (como é o caso da bruxa da aldeia). As bruxas às vezes são muito expressivas e emocionais; elas não gostam quando as pessoas se aproximam delas por trás ou as tocam furtivamente. Se você brincar com uma bruxa, poderá pagar seriamente por isso.

A casa da bruxa costuma estar cheia de vários apetrechos: frascos, garrafas, utensílios diversos, ervas, etc. Somente a própria bruxa pode encontrar algo específico neste arsenal.

Em sua essência, as bruxas são introvertidas. Eles amam o silêncio e a solidão. Na maioria das vezes, as mulheres bruxas ocupam posições de liderança porque não toleram patrocínio sobre si mesmas.


O procedimento para reconhecer uma bruxa na Idade Média


Na Idade Média, o inquisidor precisava ter o status de um psicanalista habilidoso e poderoso para reconhecer com precisão uma bruxa, pois tinha que trabalhar com o mundo inconsciente de um mulher. Obviamente, uma bruxa nunca admitiria voluntariamente sua conexão com o Oculto. Talvez porque ela mesma ainda não soubesse disso. O ritual cuidadosamente preparado do inquisidor medieval tinha como objetivo divulgar as informações necessárias e posterior leitura. Nos tempos pré-freudianos, a melhor forma de descobrir o lado secreto de uma mulher era através da tortura. Com a ajuda da tortura organizada profissionalmente, uma mulher, perdendo o controle do inconsciente, tornava-se um “livro aberto” para o inquisidor. E se a mulher fosse inocente? O Inquisidor raramente cometia erros. Via de regra, a mulher estava realmente ligada ao Diabo e muitas vezes ela mesma sabia disso.

A sociedade moderna, felizmente para a bruxa, excluiu o uso de métodos tão severos para desvendar o segredo da bruxa.


A atitude da Igreja para com as bruxas


A atitude da Igreja católica para com as bruxas pode ser chamada de intolerante. Nos países sob o patrocínio do Papa, acreditava-se tradicionalmente que a noite de 30 de abril a 1º de maio era a época do festival anual das bruxas, que até recebeu o nome de Noite de Walpurgis. Segundo a lenda, nesta noite as bruxas se reuniam no Monte Brocken para encontrar o Diabo. Além das bruxas, estavam presentes no encontro outros espíritos malignos, que dançavam, acendiam fogueiras, faziam sexo e sacrificavam bebês ao seu mestre.

Para a religião católica, todas essas ações eram simplesmente impensáveis, o que se tornou o motivo da perseguição em massa de mulheres suspeitas de terem ligações com um demônio. A base para acusar uma mulher suspeita era muitas vezes uma denúncia anônima. A suspeito era detida sem explicação, prontamente julgada e severamente punida. A infeliz era queimada viva na fogueira, acreditando que o fogo a limparia de toda sujeira. A primeira dessas sentenças foi registrada em 1275 na França.

Obviamente, nesse processo, muitas vezes mulheres absolutamente inocentes sofreram. O motivo das denúncias anônimas podia ser a inveja banal, o ódio, o interesse próprio. Os ministros da Igreja não se preocupavam com investigações detalhadas. Às vezes, uma dúzia de mulheres inocentes que eram simplesmente invejadas por alguém, bonitas, bem-sucedidas e felizes, eram queimadas na fogueira.

Esta arbitrariedade continuou mesmo em tempos relativamente esclarecidos e durou um total de cerca de trezentos anos (do século XV ao século XVIII). Durante este período, dezenas de inocentes foram brutalmente assassinadas. Ninguém jamais saberá o número de bruxas verdadeiras entre elas.


A Igreja Ortodoxa e as Bruxas


A atitude da Igreja Ortodoxa em relação às mulheres bruxas era completamente diferente. Os ministros da igreja praticamente não prestavam atenção às bruxas. No entanto, não se pode argumentar que as bruxas podiam praticar atos arbitrários. Os chamados leigos tratavam de casos envolvendo danos por meio de magia. Estes representantes incluíam os cidadãos mais religiosos, piedosos e justos, que deram o veredito final.

A punição era uma multa. A bruxa era obrigada a pagar em dinheiro pelo gado morto. É claro que este não era um castigo muito agradável, mas comparado a ser queimada viva é um disparate. A história da Igreja Ortodoxa não conhece nenhum caso de violência física como punição às bruxas.


O Sabá das Bruxas


Ainda não existe um ponto de vista único sobre a natureza do Sabá, bem como sobre a sua realidade. Alguns cientistas modernos acreditam que as execuções em massa de bruxas, tão populares na Europa na Idade Média, são apenas fruto de uma imaginação doentia e de uma credulidade excessiva. E alguns não questionam a realidade do reconhecimento das bruxas. A realidade provavelmente está entre dois pontos de vista, gravitando em direção ao primeiro. Todas as provas devem ser tidas em devida consideração e a sua realidade verificada. Além disso, a existência de bruxas na atualidade também não deve levantar dúvidas entre a maioria das pessoas.

Pode-se dizer com certeza que o Sabá originou-se nos tempos pagãos. A palavra "Sabá" refere-se a uma reunião de bruxas, que acontecia na maioria das vezes uma vez por semana e era associada ao sábado judaico (sabbat).

O processo de realização de rituais durante o sabá pode variar muito dependendo do local. A maior parte incluía uma cerimônia com acendimento de fogueiras e orações ao Diabo, nas quais juravam lealdade a ele.

A religião descreveu os sabás com alguns detalhes em seus livros. Neles, as bruxas procuravam o Diabo para prestar homenagem, e cada vez isso acontecia de forma diferente. Às vezes, como se pedissem alguma coisa, elas se ajoelhavam. Às vezes, em orações, tocavam o Diabo com as mãos, cruzando-as nas costas e virando as costas. Virando-se para ele, baixavam a cabeça e fixavam o olhar no chão. E fizeram muitas outras coisas que são incomuns para as pessoas comuns... E depois houve os ritos de iniciação dos novos sectários e sua apresentação ao Mestre, que poderia realizar a cerimônia batismal. Depois, as bruxas festejaram, dançaram ao redor do fogo e realizaram orgias. Também podiam ser realizados rituais que fossem uma paródia dos católicos. Esta descrição do sabá pela religião refletia ligeiramente a realidade, mas longe de ser completa.

É sabido nos círculos ocultistas que todas as ações de um indivíduo nunca darão os mesmos resultados como se este ritual fosse realizado por um grupo inteiro. No entanto, esta não é uma simples comunidade, mas um grupo de pessoas que têm pensamentos comuns, simpatizam entre si e estão unidas por uma fé e uma ligação emocional comuns. Além disso, todos os membros do coven devem ter excelentes habilidades no campo da magia e o desejo de realizá-las sem fanatismo excessivo.

Cada um dos grupos do coven que pratica bruxaria com cunho sexual tem seus próprios rituais especiais, nos quais os noviços não são iniciados. Eles ingressam em um grupo com características próprias e, involuntariamente, podem causar destruição no trabalho de todo o coven. A importância disto é que o recém-chegado pode revelar-se um cético ou um “convidado não convidado”.

Quais aspectos da vida serão afetados pelo seu coven precisam ser decididos por todo o grupo. Você pode se envolver em “assuntos do coração”, comunicando-se com as almas dos que partiram, influenciando pessoas, etc. A especialização mais comum é criar um culto às divindades. Nesse caso, o que ocorre principalmente é a autoexpressão espiritual de uma pessoa, e não a prática do uso da magia.

Obviamente, uma vantagem importante dos ensinamentos mágicos em comparação com a religião é a independência na escolha. Você mesmo pode escolher se quer fazer isso ou não e qual caminho escolher. Enquanto o coven consiste em um grupo de pessoas unidas por objetivos comuns que visam compreender o desconhecido.


Ferramentas da Bruxa


A feitiçaria é o ofício de uma mulher bruxa. Isso significa que a bruxa, como qualquer outro artesão, possuía todo um arsenal de ferramentas necessárias para a feitiçaria. Embora a natureza das atividades das bruxas variasse, algumas das ferramentas eram tradicionais. Qualquer bruxa poderia pegar emprestada alguma coisa útil de sua amiga.

A primeira de uma série de ferramentas de bruxa é, sem dúvida, a vassoura, com a qual a bruxa fazia voos noturnos.

O material com que era feita a vassoura era de grande importância: a própria vassoura era feita de ramos de carvalho e o cabo era feito de aveleira. As hastes eram amarradas com galhos de bétula. Porquê esta escolha específica? Acreditava-se que essas três árvores tinham poderes mágicos especiais. A bétula é um símbolo de pureza, o carvalho é o rei da floresta e a aveleira é um símbolo de sabedoria.

A próxima ferramenta mais importante da bruxa foi o caldeirão. Tem o status de símbolo não oficial das bruxas. A capacidade do caldeirão de transformar todo o seu conteúdo em comida ou poção tornou-o um elemento integrante das cozinhas das bruxas. O tripé (suporte do caldeirão) é um símbolo da natureza tripla da deusa da Lua. Todos os quatro elementos (água, ar, fogo e terra) estavam de alguma forma associados a esta ferramenta de bruxa. O caldeirão era enchido com água, que o fogo fervia, depois ervas eram jogadas no caldeirão e o vapor subia acima dele durante o processo de cozimento.

O terceiro atributo de uma bruxa é um espelho mágico (plano ou em forma de bola). Se a bruxa não tivesse essa ferramenta, ela poderia ser substituída por uma tigela preta com água. Foi com a ajuda desse atributo que a bruxa previa o futuro. Olhando profundamente no espelho, a bruxa podia ver o passado, o futuro e o que estava acontecendo a vários quilômetros de distância dela.

Contudo, seja lá o que fosse essa bola mágica, primeiro ela tinha que ser “consagrada”. Para isso, a bruxa mantinha o instrumento sob a luz da lua cheia. Depois de usar a bola mágica, a bruxa embrulhava-a em um pano preto ou colocava-a em uma caixa bem fechada. Sob nenhuma circunstância o atributo deve ter contato direto com o sol.

Algumas bruxas gostavam muito da aparência da bola, iluminada pela chama de uma vela. Consideravam este ambiente ideal para trabalhar. A bola mágica a princípio ficava um pouco turva, e então a bruxa gradualmente começava a discernir certas imagens nela. Aos poucos, as imagens ganhavam formato de objetos, a feiticeira via o que queria. Às vezes a bola fornecia informações confusas que ainda precisavam ser decifradas, e às vezes mostrava claramente os rostos das pessoas e dos acontecimentos.

É impossível imaginar o arsenal de uma bruxa sem uma faca, que não se destinava a cortar raízes. A lâmina da adaga estava gravada com símbolos mágicos. Geralmente era dada a uma bruxa novata no momento da iniciação.


Os favoritos das bruxas


Há muito tempo as bruxas tinham seus próprios espíritos patronos, chamados Familiares. Algumas contentavam-se com um, outras tinham dois, três, quatro e, às vezes, cinco à sua disposição. O espírito Familiar podia se transformar em sapo, gato, rato ou outra criatura viva. As bruxas cuidavam de seus “animais de estimação”: alimentavam-nos, davam-lhes leite roubado misturado com o orvalho da manhã e, às vezes, uma gota de seu sangue.

Um dos mais famosos pregadores ingleses, Gifford, considerava o animal Familiar presente de Satanás, após a celebração do contrato. Os favoritos da bruxa eram as criaturas mais baixas que milagrosamente se encaixam na vida cotidiana. Durante os julgamentos das bruxas, elas frequentemente admitiam que estimavam não apenas gatos pretos, sapos e rãs, mas também, surpreendentemente, abelhas e ouriços como seus espíritos patronos.

Independentemente do disfarce adquirido, o espírito Familiar cumpria as instruções menores da feiticeira. Esses espíritos patronos das bruxas são às vezes comparados às secretárias pessoais modernas que lembravam à mulher eventos importantes e o local do próximo sabá. Houve casos em que uma bruxa chegava ao sabá montada em seu favorito (ou em vários).


Como se tornar bruxa?


Nos tempos antigos, havia várias maneiras de se tornar uma bruxa:

1. Por parentesco consanguíneo. Nesse caso, o poder mágico poderia passar da mãe para a filha ou da avó.

2. Obsessão. Uma mulher poderia estar possuída por um espírito maligno, a alma de um pecador que não era inveterado ou não teve tempo de receber a remissão dos pecados. A própria mulher poderia concordar com a infusão do espírito, ou o processo poderia ocorrer sem o seu consentimento.

3. A coabitação com o diabo também podia fazer com que uma mulher se transformasse em bruxa.

4. Fazendo um acordo com o diabo para seu próprio benefício.

5. Uma bruxa poderia transferir seu poder para qualquer mulher antes de morrer, se ela não tivesse herdeiros de sangue.

6. Muitos povos acreditavam que as meninas poderiam se tornar bruxas se seus pais violassem as regras durante a infância. Por exemplo, filhos ilegítimos.


Como se tornar uma bruxa na vida real


Então, você decidiu se tornar uma bruxa. O que você deve fazer primeiro? Como encontrar um clã? No caminho para a bruxaria, você pode encontrar vários obstáculos. O primeiro da sua lista deve ser o treinamento. Você pode fazer isso sozinha com a ajuda de uma variedade de literatura ou procurar a ajuda de um mentor. Antes de passar à prática, você precisa dominar perfeitamente muitas ciências antigas: astrologia, história da magia e muitas outras. Depois disso, você estará pronta para a próxima etapa.

Uma mulher se torna uma bruxa de pleno direito após uma cerimônia especial de iniciação, realizada pelo chefe do coven ou pela própria aluna. A cerimônia de iniciação é melhor realizada durante a lua cheia. É necessário preparar-se bem antes de realizar o rito de iniciação: limpar o corpo (lavar com ervas especiais) e a alma (meditar). Crie um círculo mágico de sal com quatro velas acesas, cada uma delas deve estar na direção de um dos pontos cardeais. Você também pode acender incenso. Uma futura bruxa, absolutamente nua, com os braços cruzados sobre o peito, entra no círculo à meia-noite, recitando um juramento. A seguir, um sacrifício simbólico é feito como um presente ao Grande Deus, Deusa e espíritos. Ao final do ritual, deve-se orar sinceramente e, apagadas as velas, sair do círculo mágico.

A bruxa recém-formada sentirá imediatamente mudanças internas após o ritual. O mundo ao seu redor se tornará completamente diferente para ela. Tudo tem seu preço, e a decisão de se tornar bruxa deve ser tomada de forma consciente. Não há sacrifício mais valioso do que a própria pessoa, e uma mulher que se torna bruxa nunca poderá retornar à vida normal. Em primeiro lugar, trata-se de relacionamentos com o sexo oposto. Os homens, sentindo o poder predatório de uma mulher, nunca conseguirão estar perto dela e fugirão um após o outro. Portanto, na maioria das vezes, as bruxas vivem e morrem sozinhas. É assim que pagam por todo o conhecimento secreto que adquiriram.

O rito de iniciação não encerra a educação de uma bruxa. A próxima etapa do aprimoramento das bruxas é o Livro das Sombras. Este é um diário mágico pessoal contendo todo o conhecimento e observações que uma bruxa pode compreender ao longo de sua vida. A autoeducação de uma bruxa ocorre por meio de um grande número de livros lidos e da prática regular de aprimorar suas habilidades. A autodescoberta é parte integrante da vida de qualquer bruxa, assim como a comunicação com outras bruxas. No processo dessa comunicação, são adotados conhecimento e experiência. Também é necessário observar inquestionavelmente a ética das bruxas. Toda a dificuldade reside no fato de que é preciso despender muito tempo e esforço para compreender a feitiçaria, e tudo isso em completa solidão. Além disso, você terá que aceitar a incompreensão e a condenação dos outros e, às vezes, até mesmo a agressão aberta.


Feitiços contra bruxas más


Quem se beneficiaria com amuletos contra bruxas? Não faria mal nenhum proteger uma noiva, um empresário de sucesso, filhos, uma beldade ou, na verdade, qualquer pessoa feliz do olhar de uma bruxa má.

Os amuletos mais poderosos contra as bruxas más são os amuletos feitos pelas próprias mãos. Portanto, você não deve comprar talismãs e amuletos prontos - eles são ineficazes.

Os amuletos possuem vários graus de proteção. O que o protegeu de uma bruxa novata provavelmente não será adequado para proteção contra o feitiço de uma bruxa experiente. Às vezes, para construir um amuleto forte, são necessárias manipulações difíceis.


A seguir, serão apresentados métodos de proteção contra bruxas más de nível médio.


1. Um toco de vela protegerá a noiva do olhar de uma bruxa má em um casamento. A cera com a qual a vela é feita pode proteger a jovem de danos. O mesmo método de proteção contra uma bruxa má também é aceitável para um apicultor. Coloque uma vela velha no apiário e suas abelhas estarão seguras.

2. As crianças serão protegidas por patuás cheios de cinza, de areia, grãos ou sal. Uma boa opção neste caso seriam as joias de malaquita (cruz, brincos, etc.). Safira protegerá os adultos.

3. Se você é dono de uma vaca ou cavalo, antes de levar o gado para fora, faça uma marca no animal com alcatrão natural. No local onde mora o gado, pendure uma pedra com um buraco no meio.

4. Misture o grão de endro e o sal em proporções iguais. Coloque a mistura em uma caixa de fósforos e não a separe.

5. A erva de São João também possui propriedades protetoras. Prenda um galho ao seu chapéu - ele o protegerá da bruxa e o aliviará das dores de cabeça. A erva centáurea tem propriedades semelhantes.

Na França, os camponeses, preocupados com a segurança das suas colheitas e do seu gado, plantavam roseiras silvestres nos seus quintais. Eles acreditavam que o perfume de uma rosa certamente protegeria sua casa dos espíritos malignos. Os alemães, neste caso, substituíram a rosa pelo tomilho. Na Ucrânia, limitavam-se a adicionar folhas de bardana às suas casas. Existem tantas maneiras de se proteger do feitiço de uma bruxa.


Morte de uma Bruxa


Eles acreditavam que, por servir aos espíritos malignos, uma bruxa experimentava um terrível tormento quando morria. A alma de uma bruxa não pode deixar o corpo até que ela transfira seu dom. No momento da morte, uma terrível tempestade se eleva sobre a bruxa ou surge do nada um grande cachorro preto, que acompanha o corpo da bruxa até o funeral.

Acreditava-se que a bruxa não morreria até que o teto da casa da bruxa fosse desmontado ou ela fosse coberta com pele de bezerro. Após a morte, uma bruxa podia visitar sua casa por um longo tempo; para evitar que isso acontecesse, durante o funeral, o corpo da mulher era deitado de bruços ou o caixão era pregado com uma estaca de álamo.


Conclusão

Não pense que as coisas são diferentes no mundo moderno. As extensões do inferno ainda existem, mas o mundo hoje é muito mais propenso ao pecado do que o mundo dos tempos passados.

Certamente há uma diferença. Ultimamente está na moda simplesmente considerar-se uma bruxa. As mulheres fingem ser bruxas, sem ter os conhecimentos necessários e sem passar pelos testes atribuídos a uma verdadeira bruxa. Desempenhando o papel de bruxa, muitos tentam ganhar a vida através do engano e do charlatanismo. Acontece que no mundo moderno a chamada bruxaria é um negócio.

A vantagem de tais “bruxas” é que elas são relativamente inofensivas, ao contrário das verdadeiras bruxas, que jamais se autodenominam bruxas. Para nós, mortais, provavelmente é melhor. Para que existam apenas essas “sonhadoras” que apenas nos lembram personagens dos contos de fadas infantis.