"Não escolha dia, nem local: busque sempre proteção junto à entidade cigana de luz que lhe acompanha. Esteja em permanente sintonia com esta; mentalize a sua imagem, sinta a sua presença, a sua companhia, identifique no horizonte a sua cor de vibração, aspire a sua essência exótica e preferida.
Seja você cigano ou 'gadjó', siga a estrada que lhe convier - certamente será a que lhe estiver destinada. Dela não se afaste, tocado pela energia da entidade que lhe mostrará início, curvas e fim.
Procure em você mesmo, e naqueles que o acompanham, o sentido da caminhada. Procure em volta, no mistério da lua, na incerteza do lusco-fusco, na harmonia dos sons.
Insista nessa busca, em relação à qual o mais importante é não desanimar. Saiba que a força necessária para cumprir o objetivo pode estar na solidão do silêncio, na emoção da crença, ou - o que é mais provável - no olhar ao mesmo tempo altivo e submisso, ingênuo e sensual, doce e selvagem, de uma cigana encantada".
Eis uma reflexão poética, fatalista e filosófica que sugere que, independentemente da sua origem (cigana ou não-cigana (gadjó)), cada pessoa deve seguir o caminho que escolher, que já está, de alguma forma, "destinado", o destino já está traçado.
